Chegou sem que percebesse e foi-se instalando lentamente. Quando percebi que algo não estava bem arranjei um milhão de desculpas para minimizar (ou então não) a minha dor, era falta de estimulação, preguiça da criança… e inevitavelmente pensei que a culpa era minha, que não era uma mãe suficientemente boa…
A suspeita do diagnóstico chega e com ele um turbilhão de emoções, entrei num certo estado de negação, não podia ser, eles estão errados… fiquei triste, desiludida e angustiada, o meu filho não será aquilo que sonhei para ele, porquê nós?…
No fim fiz o luto, por aquilo que achei que ia ser a nossa vida, por aquilo que achei que ia ser o meu filho, e aceitei que existe, que independentemente da forma como nos sentimos ou da atitude que tomamos, ele está lá… por isso vamos à luta, embarcamos nesta guerra que será para a vida toda.
Às vezes dá medo, mas tento dar o meu melhor, tento não pensar muito em como será quando ele for maior, isso só o tempo o dirá, e concentro-me naquilo que podemos fazer agora, em construir a nossa vida um dia de cada vez… Às vezes tropeçamos, caímos, mas nunca ficamos no chão!
A evolução tem sido muito boa, tenho a sorte de estar rodeada de uma família fantástica, bons amigos e ótimos profissionais, que nos têm ajudado a superar as dificuldades, a construir o melhor mundo que conseguimos com aquilo que temos e a acreditar que tudo é possível.
Não sei o que o futuro nos reserva filho, mas uma coisa prometo, estarei sempre aqui para ti!