Olivença
Olivença é uma cidade espanhola que pertence à região autónoma da Extremadura e à província de Badajoz mas que tem uma identidade única que transcende fronteiras e idiomas.
A origem de Olivença remonta ao séc. XIII, aquando da reconquista cristã pelos Templários. Em 1297 tornou-se portuguesa através do Tratado de Alcanizes onde se definiu os limites fronteiriços entre Portugal e Espanha. Foi na época de D. Dinis que foi ordenada a construção de uma fortificação na vila, reforçada posteriormente pela construção de uma torre de menagem e da Ponte da Ajuda sobre o rio Guadiana (entretanto destruída em 1709). Após a ocupação do trono português pela dinastia filipina começaram as disputas entre Portugal e Espanha, pela posse de Olivença. Foi ocupada por um duque espanhol e devolvida em 1668 num tratado de paz em que Espanha reconhecia a independência de Portugal. Em 1801 foi novamente ocupada durante a Guerra das Laranjas e o Tratado de Badajoz, que colocou fim à guerra, anexou Olivença a Espanha. O tratado foi denunciado por Portugal em 1808 e em 1815, no Congresso de Viena foram reforçados os direitos de Portugal. Em 1817 Espanha reconheceu a soberania portuguesa e comprometeu-se à devolução do território o que, até aos dias de hoje, nunca aconteceu.
Posto isto, a presença portuguesa está bem visível nos monumentos e na arquitetura, sobretudo religiosa. Ruas a lembrar as cidades e vilas alentejanas com inúmeras chaminés típicas desta zona misturadas com portas e janelas cobertas de grades de ferro forjado espanhol. A calçada portuguesa está também presente e vários ornamentos ao estilo manuelino como a impressionante porta principal da Câmara de Olivença.
A Igreja de Santa Maria Madalena, também no estilo manuelino, é o principal monumento da cidade e um dos testemunhos de um dos períodos mais fascinantes e ricos da História de Portugal, os descobrimentos.
Olivença não vem nos roteiros mas deixou-me completamente apaixonada! Respira-se história, respira-se paz e tranquilidade e sente-se a amabilidade das gentes da terra como em nenhum outro local onde já estive em Espanha, afinal, temos muito que nos une.