Será o amor pelos filhos igual?
Muitas mães referem, quando engravidam pela segunda vez, que sentem medo de não conseguirem amar o segundo filho como amam o primeiro. Pois bem, comigo aconteceu exactamente o oposto…
Estava eu já grávida quando começamos a perceber que algo se passava com o Tiago, que começaram as suspeitas de diagnóstico e as terapias. Foram meses complicados, o Tiago vivia muito no mundo dele e apesar de ele nunca rejeitar o contacto físico, as manifestações de carinho que lhe eram dadas não traziam muito retorno. Foram meses de muito trabalho, muitas dúvidas e ansiedades. Por isso sim, para além do medo em ter outro filho com a mesma perturbação, tive também medo, caso isso não acontecesse, de amá-lo mais do que ao primeiro.
O segundo filho traz consigo uma calma que não se consegue explicar, sabemos perfeitamente reconhecer os nossos sentimentos, coisa que não acontece com o primeiro em que tudo é demasiado novo e desconhecido. E foi então que, com tranquilidade, percebi que nasceu um amor gigante que, embora não sendo igual ao primeiro, não é inferior ou superior, e que não há medida nessa coisa do amor pelos filhos.
Obviamente que se gosta mais de umas coisas num e de outras no outro, mas isso não diminui ou aumenta o amor por um em relação ao outro. Para mim são os dois especiais, cada um à sua maneira. O amor incondicional que temos por um filho é mesmo isso, aceitar e amá-lo acima de tudo, acima de qualquer condição. Eles são, e sempre serão, parte de nós.