Travel diary - Gerês

O Parque Nacional Peneda-Gerês dispensa apresentações, sendo uma das mais belas regiões do país e também uma das mais bem preservadas e constituindo um dos maiores santuários de vida natural de Portugal.

Situa-no no norte de Portugal entre o Minho, Trás-os-Montes e a Galiza e é constituído por um vasto território florestal que se entende desde a serra da Peneda até à serra do Gerês, englobando ainda a Serra do Soajo e a Serra Amarela. Tem uma área total de cerca de 70000 hectares e abrange os concelhos de Terras do Bouro, Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Vila Real.

Pela sua rara e impressionante beleza paisagística e variedade de fauna e flora é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza, no entanto é impossível conhecer todo o Gerês em poucos dias pelo que é necessário pelo que penso que é necessário seleccionar previamente os pontos de interesse que se pretende visitar.

Viajamos com os miúdos pelo que são eles que marcam o ritmo das nossas viagens. Tendo em conta os horários habituais de refeições e sestas e também as alterações de humor e resistências do Tiago em ambientes estranhos não quisemos arriscar muito e fizemos um roteiro bem simples, com muito espaço para alterações dependendo do humor dos pequenos e do tempo, uma vez que as previsões davam alguma chuva.

Saída de casa após o almoço para aproveitar a viagem com os miúdos a dormirem a sesta. Apanhámos alguma chuva no caminho mas nada de muito intenso e ainda fizemos um pequeno desvio para ir ao miradouro de São Mamede na freguesia de Frades, Póvoa de Lanhoso. Com os seus 750 metros é um local onde se pode admirar uma das mais belas paisagens da região minhota… e quem resiste a um bom miradouro?!

Optamos por ficar alojados numa simpática casa de turismo rural, em São Bento da Porta Aberta, e a nossa chegada foi acompanhada por uma visita maravilhosa do sol, que nos permitiu explorar um pouco o local. O Santuário de São Bento da Porta aberta, localizado na freguesia de Rio Caldo em Terras do Bouro, é o segundo maior santuário de Portugal, recebendo cerca de 2,5 milhões de peregrinos por ano. Este é um local com uma enorme carga espiritual e a sua localização é simplesmente magnífica!

O dia seguinte amanheceu cinzento, a ameaçar a tão prometida chuva. Saímos mesmo assim, em direcção à barragem de Vilarinho das Furnas, e deixamo-nos envolver por aquela paisagem que não nos deixa indiferente, com o rio a espreitar lá do fundo dos vales. Na barragem tiramos rapidamente algumas fotografias e ficamos a observar o local que até ganhou um certo mood misterioso com o nevoeiro. A tarde, no entanto, foi passada por casa, um desarranjo intestinal do mais velho e a chuva a cair certinha assim o ditaram.

Mais um dia que amanheceu novamente cinzento, mas desta vez as previsões não davam chuva. Fomos até à praia da Barca e que bem que se deve estar aqui no Verão! Na albufeira do rio Caldo situam-se algumas praias fluviais onde é possível praticar algumas actividades aquáticas com um cenário daqueles! O destino seguinte foi o miradouro da Fraga Negra, acessível apenas a pé, a cerca de 500 metros da estrada, uma subida que até nem foi tão difícil como pensava e que compensa totalmente pela vista! Não estava dos dias mais bonitos mas o local não perde o seu encanto!

Paragem para almoço e sesta e toca a ir em busca da Ponte da Misarela! A caminho ainda paramos na área de lazer Poço das Traves, em Ruivães, com praia fluvial, zona de lazer e de piquenique pareceu-nos muito agradável para passar um dia divertido. Tem apoio de bar que se encontrava fechado, presumo que esteja a funcionar apenas ao fim de semana nesta altura do ano. Não nós demoramos muito por aqui e seguimos o nosso caminho. A Ponte da Misarela localiza-se sobre o rio Rabagão, a cerca de um quilómetro da sua foz no rio Cávado, na freguesia de Ruivães, Vieira do Minho, ligando esta à freguesia de Ferral, Montalegre. Implementado no fundo de um desfiladeiro encarpado e assente sobre os penedos, é sustentado por um único arco e é conhecida como a ponte do diabo. O acesso é feito a pé cerca de 500 metros, quem vem da freguesia de Ferral. Para nós confesso que esses metros pareceram verdadeiros quilómetros, o mais velho estava aborrecido e quando chegamos disse que lhe doía a barriga e queria ir à casa de banho… ainda tentamos que fizesse ali mas sem sucesso, saímos meio a correr em busca de um café e digamos que não foi muito fácil de encontrar… passamos uns momentos de algum nervosismo e nem sei como ele conseguiu aguentar tanto, coitadinho! À saída do café já parecia outro, vinha todo contente… “Mamã, o Tiago fez cocó!”

No nosso último dia completo decidimos começar o dia com a visita à Vila do Gerês, ao seu parque das Termas. A entrada é paga, 1€ para adultos e 50 cêntimos crianças a partir dos 3 anos, mas vale bem a pena! Com cerca de 2 hectares este espaço acaba quase por se tornar mágico, com uma atmosfera relaxante e de verdadeira comunhão com a natureza. Tem ainda um lago artificial onde se pode andar de barco, parque infantil, bar e piscinas (pago à parte). É atravessado pelo rio Gerês e foi um excelente começo de dia! Depois de almoço e devida sesta demos um pequeno passeio até à barragem da Caniçada e um café demorado no Marina Bar com uma vista fantástica sobre o rio Caldo e os seus vales.

O último dia amanheceu cheio de sol, e confesso que já tinha saudades dele! Não podíamos ir embora sem subir ao mais famoso miradouro, o miradouro da Pedra Bela. A paisagem é mesmo fantástica e sentimo-nos tão pequeninos naquela imensa e deslumbrante natureza! Ainda houve tempo para um piquenique e de nos cruzarmos com as vaquinhas (que de pequeninas não tinham nada) que por ali andavam.

Muito ficou por ver, gostaria muito de ir às cascatas que também são muito faladas mas na sua maioria o acesso não é muito fácil para ser feito com crianças pequenas e o tempo também não ajudou. Para falar a verdade o que me deu mesmo vontade foi de percorrer os trilhos, mas ficará para outra altura, quando os miúdos forem maiores. Voltaremos, com certeza!

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